sábado, 28 de agosto de 2010

A Medida

O homem certa vez foi a medida de todas as coisas.Hoje todas as coisas são medidas pelo medo.Só quando o coração bate sem medo é que as portas da existência se abrem por completo.Há o medo do julgamento:os olhos alheios,juízes constantes,tolhendo sabe-se lá quantas atitudes,falas,opiniões,existências.Apesar de julgarem,todos com um medo mútuo,surdo,um tipo de terrorismo coletivo voluntário e muito,muito bem velado.Há também o medo de morrer.Todos têm um pouco,não se pode negar.Deixar de existir,não ter feito nada digno de um citação no rodapé da história, medo de desaparecer;mas não vamos todos? E aí começa o medo de viver:poucos de nós teremos vidas marcantes para toda a humanidade,isso é um fato.Mas muitos de nós viveremos com essa esperança de grandiosidade inculcada até o derradeiro suspiro.Mas amar alguém,correr atrás de um sonho,não é aí que está escondida a verdadeira grandiosidade? A memória coletiva dos homens é vasta,mas feita de lembranças gravadas em pedra;A memória de um homem é breve,mas sempre será gravada no coração.E já que estamos no assunto do coração,e o tal medo de amar?Alguns julgam o amor como o último e mais importante objetivo de suas vidas,e talvez não estejam errados,mas é preciso agir.Sonhos jamais batem à porta,quem dirá o amor.Nesse assalto ao coração alguém sempre se machuca,para o bem ou para o mal.Mas também,a gente sempre fica com a sensação,por mais vaga que seja,de que valeu a pena;valeu a pena morrer tentando.Não adianta ficar parado esperando: esperar que parem de te julgar,esperar que a vida aconteça sozinha,esperar que os formulários se preencham,esperar o dinheiro entrar na conta do banco,esperar alguém te amar.Até a paixão precisa do primeiro olhar,o medo do primeiro olhar.

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